My roots

Aproveitando o gancho da última postagem, que comentava um pouco dessa questão de preconceito e tudo o mais, acho interessante, pois desde sempre ouvi falar que música de negro era pagode, rap e funk e me admirei com isso, pois nunca foram esses os meus estilos musicais favoritos, por conta disso sempre ouvi comentários de que eu estava "negando a minha raça".

Claro, isso é um assunto muito subjetivo, mas que ainda assim vale um comentário.

Acho interessante esse conceito de "negar a raça" afinal, em momento nenhum eu quis alisar meu cabelo ou sequer 'parecer branco' como tanta gente faz, tenho orgulho 'do meu povo' de tantas lutas e de tanto sofrimento, mas acho muito vago rotular um povo por seus costumes.

Eu não acho que seja necessário eu viver falando gírias que para mim pouco fazem sentido, usar roupas que não condizem com o que penso ou sequer ouvir músicas que acho bastante degradantes (em vários sentidos), não vou entrar no mérito da questão e começar a tentar discutir a poesia escondida em uma letra de funk, só acho que não é uma música que vai definir o quanto eu gosto ou não das minhas raízes.

Acho muito mais 'ofensivo' tantas mulheres negras que eu vejo por aí, com cabelos maravilhosos e que fazem de tudo para alisá-los para 'parecer mais brancas' ou que saem na rua 'parecendo o Gasparzinho' só para não dizer que são negras, isso sim é que é negar a raça, isso é que é jogar no lixo tantos anos de lutas e histórias.

Sou negro sim, mas um negro que adora música italiana, rock e que ainda assim consegue olhar para trás e se orgulhar de todos os séculos de batalhas que 'o meu povo' traçou.

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