Parece recalque, mas não é não, pois se existe uma coisa que eu não consigo entender é o por que de o povo brasileiro dar tanto valor a canções tão vazias de significado [e muitas vezes até de letra], ou vai dizer que existe alguma poesia em [...]Olha pra frente, pra frente, cintura, cabeça, tchubirabiron[...]? [aliás, o que raios quer dizer 'tchubirabiron'?]
Brincadeira à parte, não entendo essa história de [como diriam os italianos] 'tormentoni estivi', as famosas canções de verão, que não precisam de letra, basta ter um ritmo um pouco diferente ou dançante para 'pegar' na cabeça e na orelha das pessoas [ou vai dizer que você nunca se pegou cantarolando acidentalmente a frase [...]Bote a mão na cabeça que vai começar, o rebolation, tion, tion[...] ?]
São músicas feitas apenas para tentar chamar a atenção da mídia [e muitas vezes conseguem], mas demonstram também um pouco da fragilidade das preferências musicais dos brasileiros, já que nos rotulam como um povo capaz de gostar de uma música sem história, contexto ou até mesmo sentido. [ou alguém pensa que "Assim você me mata" passa uma boa impressão do Brasil no exterior?]
Mas já que falei na questão de 'músicas para chamar a atenção da mídia', a própria canção do Michel Teló é um excelente exemplo, pois ele aproveitou que fora do Brasil a música estava começando a ser conhecida e 'criou' um 'versão em inglês' do seu maior sucesso, resultado: fomos brindados com uma pérola que diz: [...]Delicious, delicious, this way you're gonna kill me / oh, if I catch you, oh my God, if I catch you[...], francamente, só dá pra chorar, já que é uma versão praticamente literal em inglês do que é dito em português.

Entretanto, voltando à 'raíz do texto', reafirmo, acho que músicas como essas que já citei acima, acabam manchando um pouco o trabalho de intérpretes/compositores que já fizeram 'um pouco de história' na música brasileira, nomes como de Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina, mostrando que muitas vezes somos capazes de deixar de lado o que realmente importa na música e nos apegarmos somente em 'letras chiclete' e ritmos dançantes.
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