Quanto tempo faz?

É incrível como bastam algumas coisas simples do nosso dia-a-dia para despertar um 'turbilhão de lembranças' na nossa mente.
Hoje enquanto eu tentava inutilmente desenformar um bolo e mantê-lo apresentável, acabei lembrando do quão rápido eu via minha mãe fazendo bolos que eram incríveis, saborosos, bonitos, bem feitos e pensando eu que levei umas três horas para fazer um bolo 'exótico', ou seja, feio mas comestível - que convenhamos, é a minha especialidade na cozinha.
Mas uma coisa que eu nunca entendia era: por que ela ficava às vezes até a madrugada montando um bolo que só poderia ser comido no outro dia de manhã? Pra que todo aquele trabalho?
Sem contar que toda data comemorativa era razão para um bolo, logo, não havia um aniversário, ano novo ou natal que não tivesse esse ritual (quase que sagrado).


E foi olhando pra trás que aprendi o que tudo isso realmente significava e hoje cada bolo desses me diz muito sobre dedicação (afinal, ficar horas e horas cozinhando para os outros exige muita dedicação), carinho (o fato de lembrar de cada data e fazê-la especial), paciência (afinal, esperar até de manhã para comer parece uma eternidade para uma criança gulosa, mas é necessário para qualquer bolo) e sobretudo amor (que era possível sentir até nos bolos que não saíam como o planejado).
Enquanto escrevo me pego pensando em várias lembranças de aniversários que já se foram, tantos natais e seus momentos de confraternização, de estarmos reunidos para comer um pedaço de bolo, as 'crianças' comendo rápido para ir ver os desenhos, os adultos para voltar às suas obrigações.
Que saudade de tudo isso, são coisas tão recentes, mas ainda assim parece que aconteceram há séculos atrás, como eu fui incapaz de saborear tudo isso? Como o tempo pode passar tão rápido? Será que tudo é tão recente assim? Afinal, quanto tempo faz?

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