E o gigante? Tá ocupado comprando ingresso pra Copa...

Uma coisa que acredito que o brasileiro não consiga entender plenamente, talvez, seja a força do povo, o poder popular em comparação aos poderes de seus governantes.

Cabe ressaltar que eu não participei de nenhuma das passeatas que houveram durante o mês de junho, e nem me orgulho e tão pouco me lamento desse fato, pois acredito sim que seja necessário o engajamento, mas que "só caminhar não resolva nada".

E é esse tipo de pensamento que me fez diminuir de forma considerável a quantidade de postagens de teor político, é claro, mantenho ainda minhas opiniões, desenvolvi algumas teorias embasadas em novos fatos, porém, uma coisa que comecei a entender é que não é um tweet que vai mudar o mundo, não é uma postagem de um blog que vai transformar uma nação.

Lutar pelos direitos é algo absolutamente nobre, quando feito da maneira certa, quando não há a presença de certos "débeis mentais" que utilizam-se da luta alheia para gerar caos, confusão e depredação, tenho plena certeza de que as imagens de pessoas depredando patrimônios públicos e privados acabam manchando a imagem de um movimento social.

Porém, como eu disse, não é uma postagem que vai mudar o mundo, lógico que através do compartilhamento de ideias e associação de pensamentos afins, é possível traçar um plano de ação, porém, em muitos casos a luta social não passou de uma hashtag do Twitter ou de uma série de postagens do Instagram.


É legal ver "a minha geração" tentando demonstrar sua insatisfação com certas realidades do país, mas cabe também um questionamento: quantas pessoas realmente estavam ali para reivindicar por motivos reais e justos e quantas apenas foram para ter uma foto nova para postar no Facebook?

As manifestações em vésperas de eleição acabaram sendo "um prato cheio" para que políticos sem caráter tentassem associar as imagens de seus partidos às dos manifestantes, sendo que os protestos em sua origem eram apartidários e sem ligação com qualquer tipo de sindicato ou organização.

Logo, a "única saída" para o governo foi "fingir que ouviu o barulho" e anunciar que irá - "irá" num futuro que não se sabe quando - discutir as questões levantadas pelos manifestantes, sendo que parece bastante provável que tudo isso caia no esquecimento num futuro próximo, pois após o anúncio de que tais situações seriam discutidas a aprovação do governo voltou aos seus "índices  astronômicos".

Admito que tenho grande implicância pelos governos do PT, que em 12 anos procuraram passar a imagem mais "populista" possível, hora dizendo que são do povo, hora dando dinheiro às "pessoas carentes", o povo precisa de estudo, certos estados do Nordeste precisam de água, de infraestrutura, o país precisa de médicos (brasileiros e capacitados), as crianças precisam de educação de qualidade e a "população carente" precisa aprender que pobreza não é doença e que é possível sim ter "origem humilde" e "vergonha na cara para trabalhar" simultaneamente e que Copa do Mundo em ano de (re)eleição não traz nada disso.

Mas é muito fácil eu ficar diante de um computador dizendo que isso ou aquilo deve ser feito, muita gente faz isso, sejam pessoas normais, artistas, jornalistas e até mesmo políticos, engajamento político é muito mais do que apenas pintar a cara e ir para a rua, é querer fazer acontecer, não basta dizer "vem pra rua" é preciso ir para as prefeituras, câmaras, sedes de governo e apresentar soluções possíveis.

Sendo assim, dada a minha incapacidade de mudar o mundo de dentro do meu quarto, é provável que o número de postagens críticas relacionadas à política, diminua mais ainda, mas vez ou outra, sem dúvida, aparecerão, pois representam meu ponto de vista, que é parte fundamental dos pensamentos deste palco.

E você que foi pra rua pela razão correta, parabéns, só não se esqueça que gritar é fácil, o difícil vem por agora, conferir se as promessas serão cumpridas, ter consciência na hora do voto e acima de tudo, lembrar que 1 mês de futebol não vai resolver os problemas urgentes do Brasil.

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